poemas felinos
Gata de rua
-
- Afinal o que sou?
Se não sei o que sinto.
Quantas vezes já amei?
Ou então fantasiei
Amores são infinitos.
Sou GATA DE RUA...
Sem amo sem dono
Sem gato e sem cama.
Sem laço de fita
Que faça sentir
Aflição no pescoço.
Sou GATA DE RUA...
Só sei amar a Lua.
Sei enlear-me no macho,
Ser apertada no abraço
Comer, beber e sumir.
Sou GATA DE RUA...
Sem dono e sem laço. -
-
Yedda Gaspar Borges
- Afinal o que sou?
Quando passa...
-
- Quando passa em estado de graça
tendo na boca o pássaro
o gato-
- ME IMPACTA.
: Deus ao criar sua raça
disse-
- VAI E CAÇA.
Kátia Bento
- VAI E CAÇA.
-
- Quando passa em estado de graça
os gatos
O lamento do gato no telhado liberta o tenebroso.
É o tempo das bruxas, de gatos e mau agouro.
O sofrimento do gato é carregado de paixão e dor.
Por que tanto chora o gato ?
Logo ele, que possui sete vidas
para tentar a felicidade.
O gato lamenta e sofre,
o cão late
e os ratos roem as portas das casas.
Custo a compreender o drama do gato,
mas sofro com ele a agonia dos desesperados.
Me uno a seu lado sombrio
e, à sua semelhança,
solto gritos de lamento
na janela do apartamento.
O gato não demora e morre envenenado.
O cão pára de latir
e os ratos fazem a festa
nas prateleiras dos supermercados.
Eu, tal qual o gato, continuo gritando pela vida
um grito suicida,
apaixonado, apaixonado, apaixonado.
Ricardo Franca
